Sabe aquele sentimento de incapacidade e insuficiência em determinado projeto ou posição, que faz com que nós se sintamos até mesmo uma fraude perante os colegas? Antes de tudo a chamada síndrome do impostor pode até ser desconhecida em certo ponto, mas é caracterizada justamente por inseguranças como essas.
Apesar disso; trata-se de um problema atual que afeta 70% das pessoas ao menos uma vez na vida e que inclui até figuras bem-sucedidas como Michelle Obama, que durante visita a uma escola para garotas em Londres admitiu ainda sofrer da síndrome.
Por esta razão, neste artigo você irá entender mais sobre este problema, os impactos dele, no nosso dia a dia, quais são os sinais de alerta para sabermos identificar e, primeiro, superá-lo para podermos ter uma vida pessoal e profissional melhor. Não há um diagnóstico oficial nem existe essa classificação de Síndrome do Impostor. Ela é sintoma de uma ilusão de inferioridade.
Entenda a síndrome do impostor
A síndrome do impostor é caracterizada por pessoas com tendência à autos sabotagem. Elas se sentem uma fraude, incapazes e insuficientes para executar determinada tarefa ou participar de algum projeto, por exemplo.
Nesse sentido, o indivíduo constrói, na cabeça dele, uma percepção de si mesmo de incompetência ou insuficiência, uma sensação de que todo cérebro humano tem a predisposição natural de colocar.
Mas que, a depender do modelo mental e da forma como cada um pensa, pode aumentar ou diminuir essa crença, o que também pode ser reforçado pelo meio em que a pessoa se encontra.
O indivíduo pode ter todas as competências técnicas para assumir um cargo. Contudo, por acreditar que não merece ou não vai dar conta, ele começa de forma inconsciente a criar ações para sabotar uma possível promoção, por exemplo.
Ele vai agir conforme o que ele acredita. O profissional não crescerá na carreira se esse comportamento de autossabotagem não for controlado.
Criado pela psicóloga americana Pauline Clance ainda na década de 1970, após estudar especialmente o público feminino, o termo representa um problema cada vez mais comum.
Segundo um estudo de psicologia desenvolvido na Universidade Dominicana da Califórnia, 70% das pessoas sofrem ou já sofreram com sentimentos impostores.
Embora todos estejam sujeitos a sofrer do problema, as mulheres parecem ser especialmente vulneráveis à síndrome do impostor, desde o início dos estudos ainda na década de 1970.
Como surge a síndrome do impostor?
Ela surgiu a partir da relação da pessoa com a sociedade, sendo classificada como um efeito cultural, não mental, mas que causa alterações psicológicas nocivas.
O portador de síndrome do impostor não só duvida de sua capacidade, mais a sua autocrítica elevada faz com que ele estabeleça metas impossíveis de serem cumpridas e são essas metas o ponto determinante da síndrome do impostor
Isso porque, dado que não consegue atingir tais metas, acredita que nunca, fará algo bom o bastante e acaba evitando fazer certas tarefas com medo de cometer erros, que, na verdade, todos estamos sujeitos a cometer, pois, não somos perfeitos.
O ciclo do impostor e consequências
Os sintomas da síndrome do impostor estão relacionados a crenças negativas sobre a própria inteligência, habilidade e competências. Essas ideias, normalmente falsas, mas incrivelmente reais e incômodas para quem as tem, geram um ciclo autodestrutivo.
Ainda que síndrome do impostor seja um sintoma, pode gerar uma causa ou uma consequência de ansiedade, depressão e exaustão.
Outro sintoma presente na vida de quem sofre com esse problema é a procrastinação, que surge a partir de determinada insegurança da pessoa a respeito daquilo que ela precisa fazer.
Por isso, ter certeza dos motivos que levam à procrastinação é importante para saber se estão ou não associados à síndrome do impostor. Neste caso, o indivíduo pode deixar de cumprir tarefas para evitar não ser julgada e reprovada pelas pessoas. Dessa forma, pode comprometer suas tarefas atrasando ou até deixando de fazê-la.
Principais sinais da síndrome do impostor
- Sentimentos de que as pessoas não merecem estar onde estão, pois, não acreditam serem boas o suficiente para ocupar tal lugar, as levam a se afastar dos grupos.
- Autossabotagem: pessoas que criam formas de fugir de certas experiências em que não sentem seguras para desempenhar um bom papel. Por isso, costumam perder boas oportunidades e acabam se arrependendo muito regulamente.
- Autodepreciação: a pessoa costuma maldisser de si mesma com muita frequência. Fique atento ou atenta, pois isso pode ser sinal de síndrome do imposto. Elas tendem a gostar menos de suas qualidade e características, tornando-se amarguradas e tóxicas consigo mesmas.
- Adiar tarefas é algo comum para quem tem síndrome do impostor, para evitar críticas ou avaliações negativas. Assim, o portador deixa sempre para a última hora os afazeres e leva o máximo de tempo para realizar suas obrigações.
- Autocrítica excessiva: quem convive com a síndrome do impostor faz isso o tempo todo e as avaliações chegam a fugir da realidade.
- Dependência da aprovação externa: eles tendem a mudar de opinião ou não expressá-las com medo de desagradar alguém e serem rejeitados. Preocupam-se muito com a aparência e não sabem dizer “não” aos outros, colocando suas necessidades em segundo plano.
- Comparação com os outros: é o principal sinal da síndrome do impostor. Quem sofre com problema tende a enxergar boas características dos outros Simples, gatilho serve para as comparações e estas pessoas buscam o ideal de perfeição que não existe.
Como identificar a síndrome do impostor?
Pessoas que sofrem síndrome do impostor geralmente apresentam comportamentos típicos, como o discurso auto depreciativo.
Frases do tipo “eu só consegui esse emprego porque tive sorte”, “meu currículo é uma porcaria, não sei porque me escolheram”, ou qualquer fala que dê uma conotação ruim para si são frequentes.
A autocrítica excessiva e a comparação com os colegas também são um sintoma comum de quem sofre com o problema, assim como a necessidade constante de uma reavaliação do que faz.
Como superar a síndrome do impostor?
A síndrome do impostor é um comportamento que prejudica a nós mesmos em muitos aspectos, mas principalmente no âmbito profissional. Por isso, saber identificar os sinais de alerta é importante para buscar ajuda.
Confira os principais sinais desta síndrome em alguns grupos:
- Jovens em início de carreira, meio acadêmico e minorias étnicas: 97% dos estudantes de medicina experimentam a síndrome do impostor, segundo a pesquisa. Doutora Rice utilizou um sistema de escala para avaliar o nível da síndrome de impostor em cada estudante, sendo os valores abaixo relacionados a intensidade dos sentimentos em relação à síndrome:
- Abaixo de 40: Pouquíssimo sentimento em relação à síndrome;
- Entre 40 – 60: Síndrome do impostor moderada;
- Entre 61 – 80: Síndrome do impostor frequente;
- Acima de 80. Síndrome do impostor intensa.
Como vimos, grande parte dos sintomas da síndrome do impostor podem se agravar se a pessoa permitir, mas nem sempre é fácil perceber que estamos com a síndrome.
Dessa forma, realizar uma checagem da realidade pessoal é um passo importante. Ao fazer isso, a pessoa consegue se atentar e ter um nível maior de autoconhecimento.
Uma forma de superar o problema é repensar certas atitudes:
- Aprenda a aceitar os elogios;
- Reconheça suas virtudes e pontos fortes;
- Compartilhe seu conhecimento com outras pessoas;
- Pare com as comparações;
- Outra atitude que a pessoa pode tomar a seu favor é tirar um tempo para si mesma e investir tempo em atividades que dão prazer.
O que fazer no dia a dia profissional para minimizar a síndrome?
- Adotar hábitos diários para evitar a autos sabotagem:
- Ou seja não se compare com os outros, mas se inspire;
- Lembre-se que todos cometemos erros. E temos de aprender com eles;
- Desenvolva sua confiança e nunca duvide do que é capaz;
- Troque informações e conhecimento com os seus colegas.
Cultura do comentário ajuda no combate
Comentário é o exercício de dar algum retorno em forma de elogio ou pontos a serem melhorados para a equipe e muitas empresas adotam a cultura de comentário no intuito de gerenciar melhor seus colaboradores e traçar novas metas.
Enfim se bem utilizada, os portadores da síndrome do impostor ficam motivados e confiantes com o que estão fazendo, visto que se sentirão parte da equipe.
O que Michelle Obama nos ensina sobre a síndrome do impostor
A síndrome do impostor caracterizada pelos nossos medos e inseguranças também atinge aqueles considerados bem-sucedidos, como foi o caso de Michelle Obama. A ex- primeira dama dos Estados Unidos admitiu que ainda sofre com o problema. Ao falar das suas experiências com a insegurança e o questionamento sobre suas próprias capacidades, Michelle demostrou que a síndrome pode atingir a todos nós.
Ainda segundo ela, um dos segredos para lidar com essa categoria de sentimento é não superestimar as pessoas à sua volta em detrimento da sua própria capacidade ou inteligência. Em seu livro Becoming (Tornando-se, em tradução livre), Michelle também aborda o tema com frequência. Como resultado; a confiança, segundo ela, às vezes simplesmente precisa ser chamada de dentro de si.
Fontes: healio.com, pebmed.com.br., canal saúde da Mente, paulineroseclance.com