O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), subiu 0,6 ponto, em dezembro, ficando em 75,5 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice variou 0,1 ponto, para 75,6 pontos, depois de cair por três meses seguidos. No ano, o indicador fechou 2021 em queda de 2,6 pontos.
A coordenadora das Sondagens do Instituto, Viviane Seda Bittencourt, explica que o ano foi difícil, principalmente para os consumidores de menor poder aquisitivo, refletindo o aumento das diferenças sociais também no ICC afinal,
Para ela, o ano de 2022 será “trabalhoso” para a melhora da confiança do consumidor geral e também para a “diminuição da desigualdade na compreensão dos desafios econômicos por famílias com diferentes níveis de renda”.
Elementos
Entre os elementos do ICC, a quase estabilidade em dezembro foi influenciada pela piora na avaliação da situação corrente, enquanto houve melhora das possibilidades. O Índice de Situação Atual (ISA) diminuiu 1,3 ponto, para 65,6 pontos, puxada pela deterioração da situação financeira das famílias.
A satisfação sobre as finanças pessoais caiu 2,9 pontos, atingindo 59,2 pontos, o menor valor desde abril deste ano. A compreensão dos consumidores sobre a situação econômica atual se manteve um tanto estável em 72,8 pontos, uma alta de 0,3 ponto. Segundo o FGV (Ibre), os dois indicadores se mantêm em níveis muito baixos na série histórica.
Já o Índice de possibilidades (IP) subiu 2 pontos, para 83,4 pontos. A principal influência foi do indicador que mede os entendimentos sobre a situação financeira familiar, que subiu 5,5 pontos, ficando em 85,5 pontos.
De acordo com a pesquisa, o aguardo sobre a situação econômica subiu 3,8 pontos, para 104,1 pontos, mas o impulso de compras para os próximos meses caiu 3,6 pontos, para 62,8 pontos, a quarta queda consecutiva.
Alta nos preços é desafio para Consumidor de baixa renda
A inflação no Brasil deve fechar o ano de 2021 em mais de 10% pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). A alta nos preços — principalmente nos gastos essenciais, como moradia, alimentação e transporte — apresenta um verdadeiro desafio para os trabalhadores de baixa renda gerenciarem o orçamento familiar.
Todos os anos, o salário mínimo é reajustado com, pelo menos, o valor da inflação, segundo determina a Constituição Federal. Devido ao aumento do dólar e a desvalorização do real, as famílias devem se adaptar aos valores praticados no momento.
No entanto, algumas dicas básicas servem para todos os casos — como não gastar mais do que ganha, criar metas e objetivos financeiros, definir limites para os gastos, comprar à vista sempre que possível, e tomar cuidado com o cartão de crédito.
Dentre os gastos variáveis, aquele que pode permitir uma economia maior por parte das famílias são as compras de mantimentos — como alimentos e produtos de limpeza. Além da recomendação óbvia de comparar preços para comprar a marca mais barata, supermercados e produtos nas feiras podem ter preços mais em conta. no caso dos produtos de limpeza, às vezes compensa comprar o produto em embalagens grandes e distribuir em potes menores.
Fontes : EBC, Agência Brasil